soneto de amor

O amor antigo







O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença. 
Nada exige, nem pede. Nada espera, 
mas do destino vão nega a sentença. 

 O amor antigo tem raízes fundas, 
feitas de sofrimento e de beleza.
 Por aquelas mergulha no infinito,
 e por estas suplanta a natureza.

 Se em toda parte o tempo desmorona 
aquilo que foi grande e deslumbrante, 
o antigo amor, porém, nunca fenece 
e a cada dia surge mais amante. 

 Mais ardente, mas pobre de esperança.
 Mais triste? Não. Ele venceu a dor, 
e resplandece no seu canto obscuro, 
tanto mais velho quanto mais amor.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Desbravadores: Livro de Atas

livre-se das baratas

Esta vida - poema